E pronto o futuro chegou assim, sorrateiro e sem ser convidado.
Parece ainda ontem o dia em que fomos para a ESTSP e parece ainda ontem o dia em que a começamos a odiar. Agora já não temos nada para odiar...
As injustiças das notas, instalações, professores merdosos já não nos pertencem. Já não são problemas nossos... São dos pobres ignorantes que para lá foram sem saber o que os espera.
Concorri a mestrados e a bolsas de investigação...
Agora vem a espera a que tanto me habituei nestes últimos anos.
Espera pela minha orientadora de projecto, espera pelo autocarro, espera pelos monitores do estágio, espera pelos tempos das colorações, espera pelos professores antes da aula...
Tanto tempo da minha vida à espera e agora é só mais uma. Mas eu esta não me importo de esperar... O medo de falhar é tanto que não preciso que o sentimento tenha pressa em me encontrar.
Boa sorte para vocês na vossa busca de rumo...
E eu cá estarei em Lisboa, num mestrado e/ou bolsa espero!! Senão olha... Intermarché, Continente, Bershka, etc.
Sei é com certeza que vou passar muito tempo com medo de ir ao dentista... Sim é para o Natal e páscoa que saem os sisos. E tenho massas para substituir de cáries antigas também. E uma goteira para o resto da vida porque a articulação do lado esquerdo do maxilar já foi aparentemente. Que belo ano que vai ser... Ao menos o meu primo vai passar o Natal conosco.
Está a acabar... A acabar em exames, projectos, desesperos, trabalhos, relatórios... Mas a acabar.
Falta pouco, tão pouco que quase ouço os segundos na minha cabeça como que um relógio enorme a fazer contagem decrescente.
Recebi o portátil agora que devia ter recebido no primeiro ano, mas se alguma vez fez falta foi agora. Finalmente tenho algo meu, algo que mereci, escolhi e agora adoro.
De todos os anos que passaram, de todas as dificuldades, injustiças e sem haver palavra melhor Merdas que nós passamos e engolimos só ficam mesmo as memórias dos amigos, da praxe, dos acontecimentos surreais e das autênticas aventuras que tivemos juntos.
Vai acabar tão rápido como começou e infelizmente a maioria de nós vai continuar a estar como antes, sem futuro e trabalho, mas desta vez pode ser que sejamos mais inteligentes ou pelo menos mais informados.
O meu maior desejo tem sido que o enorme relógio pare e eu tenha tempo para respirar fundo pelo menos uma vez.
Falta tão pouco, mas falta o mais difícil, dizer adeus.
A coisa que mais me cansa no meu dia-a-dia rotineiro e aborrecido são as horas que desperdiço com a incompetência dos outros... É fácil lembrar-me de exemplos! E não devia ser.
As pessoas que tanto gostam de pensar que são melhores do que as outras muitas vezes aceitam ser tratadas de forma inadmissível por pessoas cujo trabalho é fornecer-nos aquilo que procuramos. Por outros lado às vezes são exactamente essas que trabalham em sítios que não deviam envolver relações pessoais, atendimento ao cliente e comunicação verbal em geral na minha opinião.
Já por muitas vezes esperei e esperei e quando chegou o momento de ser atendida ou quase a minha vez fui embora... Porque se eu não sou importante o suficiente para ser ajudada então o meu dinheiro também não lhes é importante!
O pior é que quando vamos a uma loja de "nome" ou "marca" esperamos ser muito bem tratados porque os produtos são caros e eles fazem tudo por nós na esperança de vender qualquer coisa ou de voltarmos algum dia no futuro porque nos lembramos de ter sido bem tratados... Isto induz-nos em erros, pensamos que só porque estamos num local onde os produtos são baratos não faz mal esperar para ser atendido, não faz mal precisarmos de ajuda e nos dizerem para esperar...
Quantas vezes já fomos maltratados numa loja ou restaurante? Pois... Porque é que no momento de fazer a diferença pagamos e vamos embora?
Quem é que já teve numa situação em que era completamente incompreensível perceber o porquê de estar à espera? E quem é que se queixou? Pediu o livro de reclamaçõs? Chamou o gerente?
O que eu faço é ir embora. Mas se calhar o que devia era reclamar. Se ninguém se queixa do atendimento realmente não há motivo para mudar. Ás vezes só uma pessoa faz a diferença.
Vejo o mundo cingido por tradições absurdas que ninguém questiona. Sinto as injustiças na pele e o desassossego nas horas e nos minutos que passam.
Tudo parece estúpido e despropositado.
Ouço a tua voz na minha cabeça e ela diz-me para esquecer, para não me prender nestes pensamentos, para avançar... Mas eu não consigo. Não gosto de deixar o mundo para trás.
Sinto-me numa batalha filosófica e existencial para atribuir significado às coisas mundanas que me rodeiam, mas estou a falhar.
Não percebo o significado nem a importância e como tudo hei-de esquecer e perder-me no tempo. E é no Tempo que não penso, que não questiono, só vivo e durmo.
Até queria fazer um post introspectivo e adiantar alguma novidade... Mas não tenho nada para contar. Esta semana desapareceu diante os meus olhos!
Pelos meus cálculos devia ser quinta feira... Embora me sinta como se fosse quarta ainda.
Nada como "Um abrir de olhos" para nos ajudar a pôr as prioridades em ordem...
Hoje consegui ser produtiva embora pouco... Consegui tomar decisões e consegui viver, nem que tenha sido só um bocadinho.
Gostaria de voltar atrás e tomar decisões melhores. Gostaria de reformular algumas ideias e opiniões... Mas como não o posso fazer o melhor agora é viver o que não vivi antes e fazer o que não fiz antes.
Sinto que sei apreciar as pessoas na minha vida, sei ser honesta e sei gostar gostar de mim.
Sei ver as cores dos sorrisos e das lágrimas.
Onde é que ele se esconde de mim?
Não sei quando nem como nem onde... mas o Tempo anda a evitar-me.
Por mais que tente não o consigo alcançar, sinto que fico para trás num corrida em que ele está em primeiro e eu mal passei da meta. É elusivo e rápido e eu sou lenta. Demasiado lenta para o alcançar.
Esta vida torna-se cada vez mais imparável e eu não estou a acompanhar. O tempo divide-se em pequenas tarefas: dormir, comer, apanhar o autocarro, estar no autocarro, estudar, ter aulas...
São viagens que ocupam o meu dia e quando chego a casa já não há Tempo... É jantar e dormir. Quando finalmente posso ficar em casa tenho muito que fazer, passar as aulas que tive durante a semana e convencer-me que isso conta como horas de estudo.
E tudo para quê? Para depois acabar este curso e ficar no mesmo sítio que há 4 anos atrás, mas desta vez com um papel na mão...